Olá, meus Caros! Em uma busca pela realização de sonhos, o casal Rubens e Joice embarcou em uma emocionante viagem de moto, partindo de Palhoça, Santa Catarina, com destino ao deslumbrante Salar de Uyuni, na Bolívia. A jornada, repleta de desafios e surpresas, se revelou uma experiência inesquecível, proporcionando não apenas a contemplação de paisagens deslumbrantes, mas também o enfrentamento de adversidades que só serviram para fortalecer o espírito aventureiro do casal. Para quem gosta de relatos de viagem, esse é o lugar certo!
Dia 1: Palhoça a Cascavel – O Início da Odisséia (800Km)
No dia 15 de setembro de 2023, Rubens e Joice partiram de Palhoça em direção a Cascavel, no Paraná, percorrendo uma distância de 800 km. O primeiro dia estabeleceu o tom da aventura que viria pela frente, marcado por estradas sinuosas e a expectativa do que estava por vir.
Dia 2: Fronteira Tranquila e Câmbio Inteligente
No segundo dia, a rota os levou de Cascavel para Assunção, no Paraguai, totalizando 573 km. A travessia da fronteira foi tranquila, permitindo que aproveitassem a comodidade de um shopping próximo à imigração para realizar uma troca vantajosa de moeda. A parada estratégica proporcionou a obtenção de guaranis a uma taxa favorável (1400 guaranis por cada 1 real).
Além da documentação padrão, que incluía o documento do veículo, passaporte ou RG com validade de até 10 anos e a carta verde, foi solicitado o comprovante de febre amarela, o certificado internacional de vacinação CIVIP, que pode ser adquirido online antes da viagem.
Optaram por hospedar-se no confortável e bem-organizado Hotel Hub.
Dia 3: Paraguai – Descobrindo Tesouros
O terceiro dia foi dedicado à exploração do Paraguai. O casal teve a oportunidade de conhecer alguns pontos turísticos locais, absorvendo a cultura e os encantos da região antes de seguir para novas fronteiras.
Dia 4: Desafios na Fronteira e o Conforto de Corrientes
No início da segunda-feira, partiram de Assunção, Paraguai, em direção a Corrientes, Argentina. Apesar das excelentes condições das estradas, enfrentaram o desafio do calor intenso. A travessia da fronteira para a Argentina transcorreu de forma rápida e tranquila. Ao entrar no território argentino, foram submetidos à imigração do veículo, exigindo apresentação de passaporte, RG dentro da validade de 10 anos, documentação da moto e carta verde.
A saída do Paraguai, por outro lado, revelou-se mais demorada devido a uma manifestação no local. Sob um calor escaldante de 38 graus, enfrentaram algumas horas adicionais do que inicialmente previam. Chegaram a Corrientes, Argentina, às 18h, após percorrerem 332 km; descansaram na cidade.
Embora a alternativa de travessia por balsa estivesse disponível, o casal, por falta de algumas informações, escolheu o trajeto mais comum pela estrada. Posteriormente, ao indagarem em um posto, descobriram que a travessia por balsa seria uma escolha mais eficiente, com duas balsas saindo a cada 30 minutos. Essa teria sido a opção mais vantajosa, dado o processo mais rápido que proporcionaria.
Dia 5: De Corrientes a Salta – Rumo ao Norte ( 836Km)
No quinto dia da jornada, terça-feira, Rubens e Joice partiram de Corrientes em direção a Salta, Argentina, encontrando uma estrada excelente e uma temperatura agradável de cerca de 16 graus. Ao longo do trajeto, depararam-se com numerosos animais soltos, como cabritos, cabras e burros, exigindo atenção constante. O destino final, Salta, foi alcançado às 17h. Optaram por permanecer na cidade, escolhendo uma pousada simples, porém incrivelmente aconchegante, organizada e limpa. Aproveitaram a estadia para degustar a renomada empanada do norte da Argentina, acompanhada por uma cerveja local da marca Salta. O percurso totalizou 836 km.
Dia 6: Incidentes e Adaptações em Purmamarca
A jornada de Salta a Humahuaca, totalizando 218 km, prometia a exploração do Cerro 14 Colores. No entanto, um imprevisto surgiu quando a moto de Joice teve um problema com a tampa do reservatório de óleo do motor, que se soltou pela metade do trajeto. O casal decidiu fazer uma parada estratégica em Purmamarca, uma cidade familiar a eles, para registrar momentos fotográficos e perceberam qua havia algo estranho com a moto. Ao avaliarem a situação da moto, grande parte do óleo já havia vazado. Rubens empreendeu uma busca na cidade vizinha, encontrando uma tampa compatível de uma Honda Biz e adquirindo o óleo necessário. Com uma engenhosa adaptação, a moto voltou à estrada, com o óleo que havia restado. Por orientação do mecânico da Triumph de Floripa e do Antônio da Danke de Palhoça, não misturaram os dois tipos de óleo, mas levaram um óleo semi sintético da marca Motul por garantia, em caso de necessidade. No fim das contas, a situação foi contornada com sucesso, e a jornada prosseguiu.
A estimativa era alcançar Humahuaca até as 13h, mas, devido ao imprevisto, chegaram às 18h. O objetivo nesse percurso era explorar os 14 Colores, no entanto, isso não foi viável. A altitude em Humahuaca é aproximadamente 3012 metros acima do nível do mar. Optaram por uma pousada modesta que oferecia estacionamento para as motos, aproveitando também para conhecer um pub local com música típica da região.
Dia 07: Humahuaca até Uyuni (total de 446 Km)
No sétimo dia da aventura, de Humahuaca até Uyuni, a proposta era hospedar-se em Vilazon, a primeira cidade boliviana após a fronteira com a Argentina, caso o processo na aduana se mostrasse demorado. Antes de alcançar a fronteira, passaram por duas barreiras com manifestações indígenas de forma tranquila. Abasteceram em La Quiaca, a última cidade argentina a apenas 200 metros da fronteira com a Bolívia, conhecida pela burocracia. Um documento crucial para a circulação de veículos estrangeiros é a Declaração Jurada (Declaración Jurada), que registra o veículo no SIVETUR (Sistema de Controle de Entrada e Saída de Veículos de Turismo na Bolívia). A ausência desse documento pode resultar na abordagem policial e apreensão do veículo, que será leiloado em poucos dias.
O formulário para atravessar a fronteira boliviana é preenchido online por meio de um QR Code. Após o preenchimento dos dados pessoais e do veículo, outro QR Code é gerado e deve ser escaneado pelo agente de imigração, dando continuidade ao processo. Nessa primeira etapa, o agente verificou as motos e os documentos. Após a travessia, dirigiram-se a uma casa de câmbio, convertendo cada 1 real em 1,35 bolivianos.
Na maioria dos lugares da Bolívia, não é aceito cartão de crédito. Joice destaca a beleza das paisagens do trecho de Humahuaca até La Quiaca e sugere, mesmo para quem não planeja ir à Bolívia, que motociclistas visitem Abra Pampa, que não tem muitas atrações, porém a estrada até essa cidade é deslumbrante com paisagens incríveis..
De Vilazon até Uyuni, a estrada é de tirar o fôlego, repleta de montanhas coloridas. No percurso, passaram pela cidade de Tupiza, conhecida por suas montanhas imponentes. Um colega sugeriu atravessar a fronteira e pernoitar em Tupiza, optando por um passeio de Jipe 4×4 no Salar no dia seguinte. No entanto, o casal preferiu a experiência de percorrer o trajeto de moto, proporcionando uma vivência única, dada a qualidade excepcional da estrada e as vistas incríveis.
O casal, apreensivo diante dos relatos sobre barreiras policiais e propinas exigidas de outros motociclistas, teve uma surpresa positiva, não sendo parado nenhuma vez e seguindo viagem de forma tranquila e segura. Em relação aos pedágios, as motocicletas são isentas.
Quanto ao abastecimento, os bolivianos não fornecem combustível a veículos de turistas. A única opção é pedir a um morador local para comprar um galão. O processo é complicado devido ao controle governamental do combustível subsidiado para evitar o contrabando para o Chile, impondo rigorosas regras aos estrangeiros.
Ao final do dia, o casal desfrutou de uma estadia no Hotel Casa de Sal, que, segundo eles, foi espetacular.
Dia 08: Chegada em Uyuni por volta das 17h
No oitavo dia da viagem, já em Uyuni, permaneceram na cidade ao longo de sexta, sábado, domingo e segunda. Na sexta-feira, dedicaram-se a explorar a cidadezinha de Uyuni, situada a cerca de 10 km do Salar de Uyuni.
De manhã, visitaram agências locais e optaram por contratar um passeio de 3 dias de 4×4. À tarde, aventuraram-se de moto até o Salar e retornaram para pernoitar na cidade de Uyuni. No Salar, percorreram pontos como o Monumento Dakar, Praça da Bandeira e Hotel de Sal. Esses locais, embora não possuam estradas, são bem demarcados devido ao tráfego frequente de carros, deixando rastros escuros no sal branco. Utilizaram GPS para orientação. A partir desse ponto, os habitantes locais do hotel desaconselharam a exploração independente, alertando sobre o risco de se perder na vastidão do salar, uma situação já enfrentada por vários turistas.
O custo do passeio contratado foi de 950 reais. Durante a pesquisa nas agências, encontraram uma ampla variação de preços, variando de 700 a 1.700 reais. Optaram pelo pacote de 950 reais da agência Cordilheira Travels e ficaram satisfeitos com a escolha. O pacote incluía hospedagem, que, apesar de simples, era limpa e confortável, além de alimentação preparada pelo motorista do Jeep.
A experiência do passeio foi descrita como maravilhosa e divertida, sendo altamente recomendada pelo casal.
No nono dia, realizaram o passeio de Jeep, repetindo a experiência nos dias 10 e 11, antes de retornarem a Uyuni.
Dia 12: Saida de Uyuni para Salta (total de 694 Km);
No décimo segundo dia, iniciaram a jornada de retorno, saindo de Uyuni em direção a Salta. A intenção inicial era permanecer em Humahuaca e explorar os 14 Colores. Contudo, chegaram às 16h, sugerindo que o melhor momento para apreciar as cores vibrantes das montanhas seria entre o meio-dia e o início da tarde, quando são mais visíveis devido à iluminação solar.
A fronteira de retorno da Bolívia para a Argentina transcorreu tranquilamente. Rumo a Salta, planejavam seguir um itinerário passando pela quebrada de Las Conchas, Cafayate, pernoitar em Termas do Rio Hondo e no dia seguinte seguir para Corrientes. No entanto, devido à chuva e ao mau tempo, optaram por seguir diretamente para Salta, chegando por volta das 20h.
Dia 13: No décimo terceiro dia, permaneceram em Salta devido ao mau tempo, aproveitando para explorar a cidade e visitar alguns lugares.
Dia 14: Salta para Corrientes (total de 836km)
No décimo quarto dia, viajaram de Salta para Corrientes. Desfrutaram de uma temperatura agradável e uma viagem tranquila, destacando a necessidade de atenção aos animais próximos à pista durante grande parte do trajeto. Chegaram mais cedo em Corrientes para apreciar um deslumbrante pôr do sol.
Dia 15: Corrientes a Ijuí (Brasil) – 618 km
No décimo quinto dia, seguiram de Corrientes para Ijuí, no Brasil. Ao cruzar a fronteira da Argentina para o Brasil, o processo foi simples, bastando preencher a documentação de saída, sem a necessidade de realizar a de entrada. A passagem foi tranquila.
Dia 16: Ijuí para Palhoça (661 km)
No décimo sexto dia, de Ijuí para Palhoça o casal enfrentou as estradas brasileiras com seus desafios, incluindo irregularidades na pista e outros problemas de tráfego. Optaram por seguir pela Rodovia 285 no Rio Grande do Sul, enfrentando um trânsito complicado e perigoso. No trecho de Lages a Palhoça, enfrentaram chuva, chegando em casa por volta das 17h e comemorando bastante a conclusão da viagem.
Gratidão pelo Roteiro Compartilhado
Agradecemos profundamente a Joice e ao Rubens pela generosidade em compartilhar detalhes desta incrível jornada. Seu relato não apenas inspira, mas também fornece valiosas lições sobre a importância da adaptação e do espírito resiliente ao enfrentar os imprevistos que a estrada reserva.
Incentivo para a Jornada Pessoal:
Ao ler as aventuras de Rubens e Joice, somos instigados a refletir sobre a importância de sair da zona de conforto. A vida está repleta de oportunidades para explorar o mundo, conhecer novas culturas e desfrutar de experiências únicas. Às vezes, é fora da rota planejada que encontramos as maiores descobertas e aprendizados.
Portanto, que este relato sirva como um convite para que todos nós, em algum momento, ousamos abraçar o desconhecido. Ao fazer isso, podemos descobrir não apenas novos lugares, mas também novas facetas de nós mesmos. A vida é uma jornada, e cada estrada tem algo a oferecer. Que possamos aproveitar ao máximo essas oportunidades, construindo memórias que enriquecem nossa existência.
Rubens e Joice nos mostraram que, mesmo diante de desafios, a aventura é um tesouro que vale a pena buscar. Que suas experiências inspirem muitos outros a seguirem os rastros do Salar de Uyuni e além, desvendando o mundo em duas rodas e cultivando histórias para toda uma vida.
Bora Viajar, Viver e Aproveitar!
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Bons ventos!
Grande abraço!
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